No dia 19 de maio de 1855, o Ministro da Justiça, José Tomás Nabuco de Araújo Filho, emitiu uma circular proibindo a entrada de noviços nas ordens regulares (religiosas) sem a prévia autorização do império, como chantagem até que fosse celebrada uma concordata com a Santa Sé (ato que nunca ocorreu, pois o Vaticano rejeitou as quatro tentativas – 1824, 1827, 1837/1839 e 1858 – pelo fato do Império Maçônico Brasileiro ser liberal para com as falsas religiões e rebelde para com a Santa Igreja.Eis o que escreveu o Sr. Sonnleitner (representante da Áustria no nosso país), que já contava com 13 anos de serviço no Brasil. Ele foi extremante realista e preciso na sua opinião sobre uma possível Concordata. Discorrendo sobre as possibilidades de reformar o clero brasileiro, dizia:”Ou seja, pode-se pensar a uma conclusão de uma Concordata, que foi mais de uma vez mencionado, enquanto o Estado está firmemente decidido em manter a Igreja em uma estrita dependência, impedindo a [livre] comunicação com Roma, anulando a sua liberdade de ensinamento e jurídico, expondo-a a todo tipo de ataques de uma imprensa sem limites e ainda usando-a como dócil instrumento eleitoral? Sim, o Brasil deseja uma Concordata, mas que seja uma no seu sentido mundano, que aprove os seus abusos, os seus ataques aos direitos da Igreja. Ele deseja que Roma, já que ele não pode mudar esta situação que afunda a Igreja, lhe dê a sua sanção; o que Roma não pode conceder sem abandonar a sua santa vocação – que, porém, o Brasil, por si mesmo, opere reformas eclesiásticas no sentido católico e assim facilite uma paz durável com Roma é possível apenas supor, já que seriam necessárias medidas muito resolutas, que somente a Câmara e o Senado poderiam decidir. Nestas duas câmaras, porém, não esta presente nem partido católico, e nem mesmo um partido de pessoas que crêem”.

Fonte: Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, volume XVIII, n° 47, julho-setembro/1953.