Nossa Senhora de Fátima avisou-nos que, se os Seus pedidos não fossem atendidos, a Rússia “espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados; o Santo Padre terá muito que sofrer; várias nações serão aniquiladas.” Porém, na Sua infinita misericórdia, Deus ofereceu-nos um caminho para evitar este terrível castigo.
Através da Consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria, não só evitaremos os castigos preditos como receberemos a graça inestimável da paz para toda a humanidade. É importante dar atenção, em especial, a duas das palavras de Nossa Senhora: nações e aniquilação. O Céu escolheu estas palavras com sabedoria infinita. Nossa Senhora não disse que vários “Estados” seriam aniquilados, e, portanto, não estava a referir-se a Governos ou soberanias. A palavra “nações” refere-se a povos. Por exemplo, quando em 1795 a Alemanha, a França, a Rússia e a Áustria-Hungria ocuparam a Polônia e a dividiram entre si, o Estado polaco foi aniquilado, mas a nação polaca não foi aniquilada; o povo polaco continuou a existir. Em 1919 o Estado polaco foi reconstituído. Obviamente, a nação polaca não foi aniquilada. Portanto, quando Nossa Senhora disse que várias nações seriam aniquiladas, estava a referir-se a nações de povos, e não a Estados físicos, limitados por fronteiras. A palavra “aniquiladas” é muito significativa. Vem do latim “nihil,” que significa “nada.” Literalmente, aniquilado significa “feito em nada.” Se Nossa Senhora quisesse dizer que haveria uma destruição de povos quase total, mas não completa, Ela teria escolhido outra palavra, como, por exemplo, “devastadas.” Portanto, por mais perturbador que se possa imaginar, teremos de concluir que serão obliterados povos inteiros se antes não fizermos a Consagração da Rússia. Até agora, o aviso e profecia mais premente de Nossa Senhora, “várias nações serão aniquiladas,” não se concretizou.
O mundo, porém, tem-se aproximado cada vez mais da sua concretização, como vamos explicar. A caminho da aniquilação O extermínio de grandes multidões não só é possível como tem acontecido com frequência alarmante desde 1917.
Por altura da Revolução Francesa, Robespierre declarou publicamente que tinha a ideia de exterminar cerca de dez milhões de franceses durante o seu reino de terror; e não havia muito mais pessoas do que isso em França. Foi executado antes de continuar no seu intento, mas o mesmo não aconteceu a outros. Lênin disse estar disposto a matar 75% da população mundial, se os 25% que restassem fossem comunistas. Stálin comentou: “Quem mata cinco pessoas é um assassino; quem mata cinco milhões é um movimento político.” Estes dois homens conseguiram matar pelo menos 60 milhões, e talvez até 110 milhões, durante o seu reinado à frente da Rússia e da União Soviética.
Durante as décadas de 1920 e 1930, Stálin fez morrer à fome aproximadamente vinte milhões de pessoas, só na Ucrânia. Mao matou dezenas de milhões na China enquanto esteve no poder. Metade da população – aproximadamente três milhões de pessoas – do Camboja foi morta na década de 1970. E a lista continua: Ruanda, Etiópia, os Balcãs, o Líbano na década de 1980, etc. Mas o maior holocausto moderno foi a guerra declarada aos que estão para nascer. O aborto era ilegal em todo o mundo quando Nossa Senhora apareceu na Cova da Iria em 1917. Mas desde 1970, cerca de 800 milhões de crianças foram assassinadas “legalmente” dentro das suas mães, e este número está a aumentar de ano para ano.
A população atual do mundo é de cerca de 6 bilhões de pessoas (atualmente 8 bilhões de pessoas). Quem quereria aniquilar grande parte destes 6 bilhões (leia: 8 bilhões)? Eis aqui um exemplo: Há um monumento no Estado americano da Geórgia que apresenta o ponto de vista de algumas pessoas ricas e poderosas, neste caso o movimento ambientalistas das Pedras de Guia da Geórgia. Tem quase seis metros de altura e encontra-se no cimo de uma colina junto à Estrada 72, a uns dez quilômetros a norte da cidade de Elberton. Nele estão escritos dez princípios para o movimento ambientalista e a “nova era da razão” que diz que está a caminho. O primeiro princípio é: “Mantenha a humanidade abaixo dos 500.000.000 para um equilíbrio perpétuo com a Natureza.” Como há uns seis mil milhões de pessoas no mundo, este monumento está essencialmente a pedir a exterminação de mais de 90 por cento da população mundial. Segundo este princípio, uma pessoa passaria a ter menos de dez por cento de hipóteses se sobrevivência.
É evidente que as pessoas que mandaram erigir esta estrutura, ou as que apoiam os seus princípios, não vão apresentar-se como voluntários para serem exterminados. Mas os Cristãos, especialmente, podem ter a certeza de que estão debaixo da mira. O quarto princípio do monumento é: “Controle a paixão – a Fé – a Tradição e todas as coisas com a razão equilibrada.” Dentro deste princípio, se um Católico exprime publicamente a sua Fé, como tem a obrigação de fazer segundo a sua consciência, pode muito bem ser processado por não ter subordinado a sua “fé” à “razão equilibrada.”
Não sabemos que nações serão aniquiladas da face da terra se a Consagração da Rússia continua a ser adiada. A nossa nação poderá ser uma delas. Existem milhares de ogivas nucleares no mundo. A Rússia e a China comunista, que são aliados, consideram os Estados Unidos como seu inimigo. As ogivas nucleares na Rússia e na China – ou as que outros países possuem – podem não estar atualmente apontadas aos Estados Unidos, mas podem voltar a ser apontadas em apenas dois minutos. Na sua entrevista com o Padre Fuentes, (Cf. “Testemunhos publicados: O Padre Fuentes (1957)”) a Irmã Lúcia disse: ” Muitas vezes a Santíssima Virgem disse aos meus primos Francisco e Jacinta, assim como a mim, que muitas nações desaparecerão da face da terra, e que a Rússia será o instrumento do castigo escolhido pelo Céu para punir todo o mundo, se não conseguirmos antes a conversão daquela pobre nação. …” O resultado de o Papa e os Bispos não terem feito a Consagração da Rússia afetou-nos a todos; e até ela ser feita, continuaremos a sentir o castigo de Deus. Só a Consagração da Rússia pode evitar a aniquilação e os castigos que ainda nos esperam. Por isso, as nossas vidas e as de quem estimamos estão em risco. Na verdade, o nosso destino e o destino do mundo dependem da Consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria.
1.) O que é uma “consagração”?
R: É uma cerimônia pela qual uma pessoa, um grupo de pessoas, ou coisas são designadas à parte e dedicadas ao serviço de Deus ou a outro propósito sagrado.
2.) O que significa “a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria”?
R: Em Fátima, no dia 13 de julho de 1917, Nossa Senhora disse à Irmã Lúcia que “Deus vai punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para impedi-la virei pedir as Comunhões de reparação e a consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração … Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre me consagrar-Me-à a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz.”
O pedido de Nossa Senhora é muito simples: A Rússia — causa de tantos males no Século Vinte — deve ser posta à parte e abençoada por sua consagração à Mã e de Deus.
3.) Por quê é preciso consagrar a Rússia em particular?
R: Porque é a vontade de Deus. Como Nossa Senhora disse à Irmã Lúcia em Fátima: “A Rússia será o instrumento de castigo escolhido pelo Céu para punir o mundo inteiro, se, de antemão não obtivermos a conversão dessa pobre nação …”
E como Irmã Lúcia deu a conhecer em suas memórias e cartas que têm sido publicadas, de que, Nosso Senhor Mesmo a confiou que não converteria a Rússia, a menos que a consagração fosse feita, “Porque quero que toda a Minha Igreja reconheça essa consagração como um triunfo do Coração Imaculado de Maria, para depois estender o Seu culto e pôr, ao lado da devoção do Meu Divino Coração, a devoção deste Imaculado Coração.” A Irmã Lúcia tem explicado que como a Rússia é um território bem definido, sua conversão depois da consagração ao Imaculado Coração será uma prova inegável, de que a conversão é o resultado da consagração e nada mais. O estabelecer no mundo, deste modo, da devoção ao Imaculado Coração será confirmado por Deus Mesmo de uma forma impressionante!
4.) E se a consagração da Rússia não for feita?
R: Em Fátima, Nossa Senhora disse que se a consagração nã o for feita como Ela pediu, então “A Rússia espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas.” Da mesma maneira, a conversão milagrosa da Rússia depois de sua consagração pelo Papa e pelos Bispos, e a paz que se concederá ao mundo, serão um sinal do poder da graça de Deus, atuando através dos ministros de Sua Igreja e a intercessão do Imaculado Coração de Maria.
5.) Como se supõe, exatamente, a realização desta consagração?
R: Fiel à Sua palavra em Fátima, Nossa Senhora apareceu à Irmã Lúcia em Tuy, Espanha, no dia 13 de junho de 1929 para dizer-lhe que: “É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os Bispos do mundo, a consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio.” Esta expressão “por este meio” é fundamental, porque significa que a consagração não é meramente um símbolo da conversão iminente da Rússia, senão o mesmo meio pelo qual será efetuada. Deste modo, sem o ato da consagração não haverá uma conversão da Rússia, e sem a conversão da Rússia, os erros da Rússia continuarão infestando o mundo, produzindo a perseguição da Igreja, o Martírio dos bons, o padecimento do Santo Padre e ultimamente a aniquilação das nações anunciadas em Fátima.
Durante as décadas seguintes a Irmã Lúcia tem explicado muitas vezes, que o ato de consagração requer que o Papa “escolha uma data na qual Sua Santidade ordena aos bispos do mundo inteiro fazer, cada um em sua propria Catedral, e ao mesmo tempo com o Papa, uma cerimônia solene e pública de Reparação e Consagração da Rússia . . .”
6.) Mas não é Fátima só uma aparição privada na qual nenhum Católico tem que acreditar?
R: Absolutamente não. As aparições em Fátima foram confirmadas por um milagre público testemunhado por 70.000 pessoas — o Milagre do Sol. O Papa João Paulo II mesmo declarou em Fátima em 1982 que a Mensagem de Fátima “impõe uma obrigação sobre a Igreja,” e publicamente atribuiu ter saído ileso da morte no atentado de assassinato do dia 13 de maio de 1981 à Nossa Senhora de Fátima — o mesmo dia do aniversario da Sua aparição em Fátima.
Na verdade, o Papa tem tentado por duas vezes fazer a consagração (o dia 13 de maio de 1982 e o 25 de março de 1984), ainda que a Rússia não tivesse sido mencionada em nenhuma das duas ocasiões, e os bispos do mundo não tivessem participado. Estes intentos demonstram que o Papa mesmo reconhece a obrigação de consagrar a Rússia, não obstante não ter podido efetuar a consagração na maneira especificada por Nossa Senhora; uma cerimônia solene e pública, mencionando a Rússia especificamente, e em união com todos os bispos do mundo. Contudo Nossa Senhora Mesma nos prometeu que este evento ultimamente acontecerá.
7.) O Papa teve êxito em fazer a consagração da Rússia em 1984?
R: Não. Como a Irmã Lúcia mesma declarou em uma entrevista em setembro de 1985, a consagração feita no dia 25 de março de 1984 não satisfez aos pedidos de Nossa Senhora porque “não houve a participação dos bispos e não houve menção da Rússia.” Quando o Santo Padre consagrou o mundo em geral nesse dia, sem mencionar a Rússia, ele mesmo reconheceu na presença de dezenas de milhares de testemunhas, durante e depois da cerimônia, que o povo da Rússia ainda “está esperando confiado na nossa consagração.” No dia seguinte, estas declarações foram publicadas no periódico mesmo do Papa, L’Osservatore Romano; e a publicação dos Bispos Italianos, L’Avvenire.
8.) Não foi a consagração do mundo pelo Papa em 1984 suficiente para cumprir o pedido de Nossa Senhora?
R: Não. Durante toda a sua vida, desde as aparições de Nossa Senhora de Fátima, a Irmã Lúcia tem insistido que a Rússia deve ser mencionada especificamente.
Por exemplo, em uma entrevista em 1978 ao seu confidente, o Padre Umberto Pasquale, e em uma carta ao Padre Pasquale em 1980, perguntaram à Irmã Lúcia: “Nossa Senhora tem falado alguma vez sobre a consagração do mundo?” Durante a entrevista, a Irmã Lúcia respondeu: “Não, Padre Umberto! Nunca! Na Cova da Iria em 1917 Nossa Senhora prometeu: “Virei pedir a consagração da Rússia …” Em 1929 em Tuy, como tinha prometido, Nossa Senhora veio dizer-me que tinha chegado o momento para pedir ao Santo Padre a consagração daquele país.”
E na carta de 1980 (datada o 13 de abril do mesmo ano), a Irmã Lúcia confirmou o que disse na entrevista, escrevendo com sua própria mão que “Nossa Senhora de Fátima, em Seu pedido, se referiu só à consagração da Rússia.” Ambas entrevistas de 1978 e a carta de 1980 (reproduzidas fotograficamente) foram publicadas na edição Italiana de L’Osservatore Romano do dia 12 de maio de 1982.
Não nos diz, evidentemente, que se Nossa Senhora de Fátima pediu a consagração da Rússia, então a Rússia tem que ser pelo menos mencionada no ato da consagração? Também podemos perguntar razoavelmente, que razão possível há para não proferir uma palavra simples — Rússia — no ato de consagrar a Rússia. Jamais explicação alguma tem sido dada, por esta omissão misteriosa nas consagrações tentadas de 1982 e 1984.
9.) Contudo, com “a queda do Comunismo” depois da cerimônia da consagração de 1984, não demonstra que a Rússia tenha iniciado um caminho de conversão e que a consagração deva ter sido efetiva, apesar da falta de mencionar a Rússia?
R: Não. Em 1997 a Rússia decretou uma legislação que discrimina a Igreja Católica, em favor da igreja ortodoxa russa, do judaísmo, islamismo, e budismo. As paróquias Católicas têm que pedir anualmente uma “permissão” que pode ser revocada à vontade de qualquer funcionário local, entretanto aos sacerdotes e às freiras só lhes dão o visto por 3 meses, que não pode ser renovado. O Vaticano tem condenado esta lei nova, como um grande retrocesso para a Igreja Católica na Rússia.
Hoje em dia, há na Rússia uns 300.000 Católicos — menos do que havia em 1917, o mesmo ano que Nossa Senhora veio a Fátima e prometeu a conversão final da Rússia, que ainda deve ocorrer. A revolução Russa, a qual tem sido exportada em várias formas a outras nações, confirma a profecia de Nossa Senhora de que a Rússia espalhará seus erros pelo mundo inteiro. Atualmente os muçulmanos excedem em número aos Católicos na Rússia, em uma proporção de dez por um. Compare isto com o milagre verdadeiro de conversão que ocorreu depois das aparições de Nossa Senhora de Guadalupe, no México, no século dezesseis: no espaço de 9 anos, perto de 9 milhões de astecas deixaram de adorar ao demônio e o sacrifício humano e foram convertidos e batizados na Fé Católica. Contudo, na Rússia hoje em dia, depois de mais de 14 anos da suposta “consagração” de 1984, de uma forma escassa vemos um número irrisório de pessoas que se convertem e em geral há menos Católicos russos dos que haviam, faz 80 anos!
Até o patriarca Alexis II, dos ortodoxos russos, publicamente admitiu no dia 24 de dezembro de 1998, que desde a suposta “queda do Comunismo” na Rússia, a cultura cristã “não só está sendo relegada à escuridão e ao esquecimento, como também é objeto de brincadeira e ridicularizada (…) como algo extinto e inútil.” Alexis também denunciou o “Ressurgir do neo-paganismo (…) de seitas totalitárias, praticantes da magia negra, astrólogos, e ocultistas” na Rússia “pós-comunista.”
Entretanto, Boris Yeltsin foi forçado a ceder o poder ao parlamento russo dominado pelos comunistas. Seu primeiro ministro novo, o antigo chefe da espantosa KGB, tem posto os comunistas no controle de toda a economia Russa, produzindo o que o periódico liberal New York Times tem chamado “uma troca à esquerda” e o retorno ao governo de estilo soviético.
O mais notável de tudo: Desde a “consagração” de 1984, mais de 600 milhões de crianças foram mortas nos ventres, pelo mundo inteiro — incluindo a Rússia, onde começou o aborto legalizado. A guerra contra os que estão por nascer, é a maior guerra na história do mundo. Deste modo, deve ser óbvio a qualquer um que o período de paz prometido por Nossa Senhora, se a Rússia fosse propriamente consagrada, ainda não se verificou. A conversão da Rússia prometida por Nossa Senhora de Fátima simplesmente não se tornou realidade. Isto só pode significar que a consagração não foi feita, porque as promessas de Nossa Senhora não podem ser falsas.
10.) Então não é tarde demais para a consagração de Rússia, dado que os erros da Rússia já se difundiram pelo mundo?
R: Não! Como Nosso Senhor Mesmo confiou à Irmã Lúcia em Rianjo em agosto de 1931: “Não querem fazer caso do Meu pedido! (…) Como o Rei da França, se arrependerão, e o farão, mas será tarde. A Rússia já terá difundido seus erros pelo mundo (…)”
A consagração finalmente se fará e, como Nossa Senhora prometeu em Fátima, “Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz.” Nosso Senhor Mesmo confiou à Irmã Lúcia, referente à consagração, que “Nunca será tarde para recorrer a Jesus e à Maria.”
11.) O que é tão urgente sobre a consagração agora?
R: Como Nossa Senhora advertiu em Fátima: “Se não atenderem a Meus pedidos, a Rússia espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas.”
Ainda não temos visto a aniquilação das nações predita em Fátima. Temos que esperar até que aconteça isto, a fim de fazermos exatamente o que Nossa Senhora nos mandou fazer em nome de Deus? Em vista da decadência acelerada da moralidade e a desintegração do ordem social no mundo, a simples prudência deve dizer-nos que não podemos retardar nem um momento mais a consagração da Rússia e só a Rússia, ao Imaculado Coração de Maria.
12.) Porém, se o Papa acredita que fez a consagração, que direito tem alguém de perguntar-lhe?
R: O Papa nunca declarou publicamente a todos os membros da Igreja que fez a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria. Pelo contrário, as palavras do Papa como são citadas no L’Osservatore Romano, demostram que ele sabe que a consagração ainda tem que ser feita. Em vista disto, os fiéis têm todo direito de suplicar ao Papa pela consagração definitiva da Rússia. Em verdade, o direito dado por Deus aos fiéis para pedir ao Pontífice Supremo em assuntos que afetam o bem da Igreja, foi definido como doutrina católica por dois concílios ecumênicos: O Segundo Concilio de León (1274) e o Vaticano I (1870), e também é garantido pelo Código novo da Lei Canônica (Canon 212).
O bem-estar da Igreja e a segurança do mundo inteiro pedem duma certeza absoluta, para que os pedidos de Nossa Senhora de Fátima sejam cumpridos. O problema só será resolvido quando a consagração definitiva for feita, e quando o Papa declarar de uma maneira oficial e definitiva à Igreja inteira, de que já fez a consagração de uma maneira suficiente para satisfazer aos pedidos de Nossa Senhora. Nem um nem outro desses acontecimentos têm se verificado e por isto o problema fica aberto à discussão livre e às súplicas dos fiéis, que têm todo o direito de tratar de um assunto de tanta importância para a Igreja e para o mundo.
A Irmã Lúcia explicou por várias vezes: “Nossa Senhora de Fátima NÃO pediu a consagração do mundo, mas sim a Consagração da RÚSSIA.”
Por que é que Jesus quer a Consagração da RÚSSIA A Irmã Lúcia perguntou a Jesus por que razão Ele não convertia a Rússia, a não ser por meio da Consagração específica da Rússia. Jesus respondeu: “Porque quero que toda a Minha Igreja reconheça essa consagração como um triunfo do Coração Imaculado de Maria, para depois estender o Seu culto e pôr, ao lado da devoção do Meu Divino Coração, a devoção deste Imaculado Coração.” A única maneira de converter a Rússia é esta: que o Papa e os Bispos, no mesmo dia, ao mesmo tempo, pronunciem juntos, solene e publicamente, o ato de Consagração da Rússia, especificamente nomeada, ao Imaculado Coração de Maria. Só então o mundo terá Paz. A alternativa de não obedecer á ordem da Rainha do Céu é que “várias nações serão aniquiladas” e as nações sobreviventes serão escravizadas.
Reproduzimos aqui testemunhos de várias entrevistas pessoais com a Irmã Lúcia ao longo de muitos anos, em que ela frisa este ponto repetidas vezes:
– Em Our Lady of Fatima (1947), pág. 226, o Professor William Thomas Walsh relata: “Lúcia explicou claramente que Nossa Senhora não pediu a consagração do mundo ao Seu Imaculado Coração. O que Ela pediu especificamente foi a consagração da Rússia.”;
– No livro Vision of Fatima, 1949, pág. 80, o Padre Thomas McGlynn referisse ao fato de a Irmã Lúcia fazer questão em corrigir ‘consagração do mundo’ para ‘consagração da Rússia’. “Não!,” disse a Irmã Lúcia. “O mundo não! A Rússia, a Rússia!”;
– No livro Il Pellegrinaggio delle Meraviglie, publicado sob os auspícios do Episcopado italiano (Roma, 1960, pág. 440), conta-se uma revelação pouco conhecida de Nossa Senhora de Fátima à Irmã Lúcia. A Virgem Maria apareceu à Irmã Lúcia em Maio de 1952 e disse: “Faz saber ao Santo Padre que continuo à espera da Consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração. Sem a Consagração, a Rússia não poderá convertesse, nem o mundo terá paz.”;
– O Padre Umberto Maria Pasquale, S.D.B., conhecia a Irmã Lúcia desde 1939. Até 1982, tinha recebido 157 cartas dela. Em 12 de Maio de 1982, o Padre Umberto escreveu em L’Osservatore Romano (o jornal oficial do Vaticano) que Nossa Senhora de Fátima nunca pedira a consagração do mundo, mas apenas a da Rússia;
– Em 5 de Agosto de 1978, perguntou-lhe em pessoa: “Nossa Senhora alguma vez lhe falou da consagração do mundo ao Seu Imaculado Coração? E a Irmã Lúcia respondeu: “NÃO, Senhor Padre Umberto, NUNCA! Na Cova da Iria em 1917, Nossa Senhora prometeu: ‘Virei pedir a Consagração da Rússia…’”;
– O Padre Umberto, desejando uma resposta escrita á sua pergunta, escreveu uma carta à Irmã Lúcia. Em 13 de Abril de 1980, a Irmã Lúcia respondeu-lhe: “Respondendo à sua pergunta esclareço: Nossa Senhora, em Fátima, no Seu pedido, só se referiu à Consagração da Rússia…”;
– O Padre Manuel Rocha, português de origem, foi o tradutor dado ao Professor Walsh para a entrevista acima citada. Refere-se a um pormenor que torna ainda mais claro que estamos todos em risco se a Consagração da Rússia não for feita a tempo. Em continuação do que o Sr. Walsh disse acima, citamos: “Mas ela (a Irmã Lúcia) disse mais que uma vez, e com ênfase deliberado: ‘O que Nossa Senhora quer é que o Papa e todos os Bispos do mundo consagrem a Rússia ao Seu Imaculado Coração num dia especial. Se isto se fizer, Ela converterá a Rússia e haverá paz. Se não se fizer, os erros da Rússia espalhar-se-ão por todos os países do mundo.’” (Professor Walsh) “Quer isto dizer, na sua opinião, que todos os países, sem excepção, serão vencidos pelo Comunismo?” (a Irmã Lúcia:) “SIM!” (Our Lady of Fatima, 1947, pág. 226). O Padre Rocha testemunhou que o Sr. Walsh queria ter a certeza quanto à resposta da Irmã Lúcia e repetiu a pergunta, acrescentando: “quer dizer, os Estados Unidos da América também?” A Irmã Lúcia respondeu novamente: “SIM”! (Isto encontra-se no livro The Wonders She Performs, 1986, pág. 160.).
AS CONDIÇÕES PARA A CONSAGRAÇÃO DA RÚSSIA
(por GREGORIUS D. HESSE):
1. INTRODUÇÃO:
Ouvimos dizer, já há algum tempo, que o Papa iria consagrar o mundo ao Imaculado Coração de Maria no próximo dia 8 de Outubro. Escrevo este artigo em Setembro, não para predizer as ações do Papa em Outubro (não sou nenhum profeta), mas para delinear as condições necessárias para uma consagração correspondendo aos pedidos de Nossa Senhora e as possibilidades do que possa vir a acontecer. Vários fatos que irão ser mencionados já foram amplamente discutidos em números anteriores de The Fatima Crusader, e por isso farei por evitar repetições desnecessárias.
Escrevo este artigo na minha qualidade de teólogo e canonista, mas, com toda a franqueza, devo sublinhar o fato de que, como a mensagem de Fátima é uma das mais claras que já se viram, para muitas das minhas conclusões não é preciso um conhecimento de Teologia, mas simplesmente o senso comum que Deus nos deu, e que, segundo o escritor inglês G.K. Chesterton, era o método de S. Tomás de Aquino. Na verdade, pouco mais é preciso do que senso comum para perceber o que está por detrás das mentiras impertinentes e um pouco disparatadas e dos truques do Vaticano na sua conspiração para silenciar Nossa Senhora.
2. OS PEDIDOS DE NOSSA SENHORA:
Em 13 de Junho de 1929, estando a Irmã Lúcia a viver em Tuy, na Espanha, Nossa Senhora pediu a Consagração da Rússia com as seguintes palavras, que a Irmã Lúcia escreveu:
“É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os Bispos do mundo, a Consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração.” (Frère Michel, The Whole Truth About Fatima, vol. II, p. 555).
Como já disse, é uma mensagem muito clara que quase não deixa margem para uma interpretação. Por isso, o próximo capítulo será antes uma explicação.
Não vou gastar tempo e espaço com uma eventual discussão sobre a autenticidade do pedido de Nossa Senhora, embora ela tenha sido recentemente posta em causa por alguém que acha que só os acontecimentos de 1917 receberam a aprovação da Igreja, e não os que tiveram lugar depois.
O absurdo desta posição pode ver-se facilmente pelo fato de nenhum Papa, depois de 1929, ter considerado, por pouco que fosse, a possibilidade de que os acontecimentos posteriores a 1917 não fossem autênticos. Suspeitas deste gênero até revelam muito pouco respeito por Nossa Senhora: a própria Irmã Lúcia confirmou repetidamente os fatos posteriores a 1917. Ou eles são autênticos ou ela está incapacitada mentalmente, ou é uma mentirosa, e nesse caso poderíamos perguntar porque é que Nossa Senhora não tinha sido informada por Deus acerca deste aspecto do futuro (…)
Muitos números anteriores de The Fatima Crusader refutaram este gênero de dúvidas e apresentaram provas suficientes da autenticidade das mensagens que foram recebidas e reveladas depois de 1917.
3. O SIGNIFICADO EXATO DAS PALAVRAS DE NOSSA SENHORA:
A.) A CONSAGRAÇÃO DA RÚSSIA
Num número anterior de The Fatima Crusader demonstrei que uma consagração nunca é genérica ou casual. Escrevi então:
Qualquer consagração é específica. Assim como não é suficiente consagrar o mundo no seu todo, para que a Rússia, a Áustria ou qualquer outro país seja consagrado, não basta consagrar o povo de Israel, nem mesmo consagrar os Levitas; o indivíduo tem de ser consagrado pelo seu nome, como podemos ver pelo exemplo de Aarão: “Diz a todos os homens sábios de coração, a quem Eu dei sabedoria nestes assuntos, que façam vestes para Aarão, para a sua consagração, para que Ele me possa servir como sacerdote… Ficará sobre a fronte de Aarão, e ele levará todas as iniquidades cometidas pelos filhos de Israel em todas as suas oblações e nos dons que oferecerem e consagrarem. E estará continuamente sobre a fronte Aarão para que sejam aceitáveis perante o Senhor… Depois de impores estas vestes a Aarão e aos seus filhos, unge-os e ordena-os. Consagra-os para que Me sirvam como sacerdotes”. (Ex. 28:3,38,41)
Esta é uma das razões porque não basta consagrar o mundo, que inclui muitos países e não só um.
Há mais que devemos considerar:
Como uma consagração deve ser específica, também deve ser individual. No batismo, que é a primeira consagração de um Cristão, a criança tem de ser batizada individualmente. Até nos velhos tempos, quando os missionários ainda tinham muitas conversões para fazer (em vez de louvar os “méritos” das outras religiões), não bastava batizar uma aldeia! Nem sequer bastava batizar cada indivíduo; tinha de se lhe dar um nome. Acontece o mesmo na Confirmação, em que recebemos outro nome. O casamento é inválido se um dos cônjuges tiver dúvidas sobre a identidade do outro. No Sacramento da Orde, cada candidato é apresentado pelo seu nome, tal como sucedeu com Aarão.
Durante a Antiguidade, acreditava-se na importância dos nomes. Não se preocupavam muito se a “sede da alma” era o coração, o cérebro ou o rim esquerdo, mas preocupavam-se com o nome: o nome de uma pessoa – de certa maneira, segundo os antigos – ERA a sua alma.
Quando, no antigo Egito, se decidia eliminar o nome de uma pessoa, era coisa pior do que a morte. Quando o Faraó Amenófis IV (Amenhotep IV, 1352-1336 B.C.) decidiu mudar o sistema religioso do Egito, mudou o próprio nome de “Amenhotep” (Amun está satisfeito) para Echnaton (Akhenaten = Aten é a Vida, ou a Glória do Disco Solar) para significar a mudança na sua alma. Quando ele morreu e o Egito voltou ao sistema antigo, a múmia desapareceu juntamente com o seu nome, porque eliminar o nome era eliminar a pessoa.
A Sagrada Escritura realça a importância dos nomes, tal como Cristo fez. Quando Simão, filho de Jonas, se tornou o Seu Vigário, mudou o nome para to Kephas, Petrus, a Pedra sobre a qual foi construída a Igreja (Cf. Mt. 16:17ff.). A Igreja celebra o Santíssimo Nome de Jesus (2 de Janeiro, ou o Domingo antes da Epifania) e o Santíssimo Nome de Maria (12 de Setembro), que comemora a vitória de Nossa Senhora contra os Turcos em 1683.
Mas é o Nome de Deus que é sagrado acima de todos. Embora a veneração católica dos Santíssimos Nomes não tivesse uma tradição vinda do tempo dos Apóstolos, sendo de origem mais recente (Séculos XVI e XVII), desde que Deus apareceu a Moisés, o Seu Nome é Muito Santo: Ele responde à pergunta de Moisés sobre a Sua identidade com as palavras: EGO SUM QUI SUM (Eu Sou Quem Sou; Ex. 3:14). Desde essa altura, pronunciar este Nome em vão passou a ser passível de morte, e por isso, na sua cegueira, os judeus e os fariseus apanharam pedras para lançar a Jesus, quando Ele disse: Antequam Abraham fleret, EGO SUM (Antes de Abraão existir, Eu sou; Jo. 8:58). Não é ousado nem temerário dizer que a palavra “Deus” é apenas uma descrição. O EGO SUM é realmente ELE, Que, na Sua Simplicidade infinita e perfeita, “não pode” dizer senão “EU SOU.”
Mas estas considerações poderão aplicar-se a um país?
No Egito da Antiguidade, qualquer nome era importante. No chamado pergaminho menfita, copiado na pedra de Shabaqo, o deus Ptah cria tudo no universo, pronunciando cada nome. Quando Ramsés II (1279-1213 A.C.) aumentou uma velha aldeia para se tornar a sua cidade de residência, chamou-lhe Pi-Ramesse, a Sede de Ramsés, para que a santidade do seu nome protegesse a cidade.
O nome Israel significa: Lutar por Deus. O nome do país é sagrado! Para os Católicos, Roma significa (ou significava) a Cidade Santa, e nome de “Roma” significa muito mais do que uma aglomeração barulhenta e movimentada de casas e ruas cheias de italianos.
Finalmente, devemos lembrar-nos de que Nossa Senhora mencionou o Anjo da Guarda de Portugal!
Tudo isto nos mostra claramente que um país – por mais flexíveis que sejam as suas fronteiras políticas – pode considerar-se individual. A Suíça tem quatro línguas oficiais, não contando com os dialectos locais, e nem por isso deixa de ser um país individual.
E é também um individual que Nossa Senhora deseja explicitamente que seja consagrado, porque mencionou a Rússia várias vezes, além do desejo da consagração.
A Irmã Lúcia de Fátima disse em 1957 ao Padre Fuentes:
“Muitas vezes a Santíssima Virgem disse aos meus primos Francisco e Jacinta, assim como a mim, que […] a Rússia será o instrumento do castigo escolhido pelo Céu para punir todo o mundo [pelas seus pecados], se não conseguirmos antes a conversão daquela pobre nação” (cf. The Fatima Crusader Nº 63).
A Rússia é o instrumento de castigo do mundo, não é o mundo que se castiga a si próprio; portanto, é a Rússia que deve ser consagrada.
Deve notar-se que Nossa Senhora falou explicitamente da “Rússia” na altura em que o seu nome oficial era: SSSR (Soyuz Sovietskikh Sotsialistitsheskikh Respublik = União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), obviamente referindo-se ao nome do país, não à opressão comunista de (oficialmente) 22 repúblicas.
Mesmo se não pudéssemos estabelecer a importância dos nomes, e também dos nomes dos países, teríamos ainda que considerar a virtude da obediência.
Nossa Senhora nomeou explicitamente a Rússia. Não falou do mundo, ou do mundo incluindo a Rússia, mas apenas da Rússia. Seria demasiado audacioso dizer que, até agora, Nossa Senhora não foi levada muito a sério?
Nenhum indivíduo pode julgar ou dar ordens ao Papa, mas isto não quer dizer que ele deixe de estar obrigado a obedecer a Cristo, à tradição, à vontade manifesta de Cristo – e ao senso comum… Com o devido respeito, é preciso sublinhar que o Papa não é o Chefe da Igreja, mas o Vigário de Cristo na terra. Não é o Presidente, mas sim o Vice-Presidente.
B.) A CONSAGRAÇÃO EM UNIÃO COM OS BISPOS
Já discutimos a conveniência teológica de uma consagração em união com todos os Bispos (cf. The Fatima Crusader Nº 63, pp. 56-57).
Vamos agora examinar as consequências práticas do pedido de Nossa Senhora ao Papa e aos Bispos.
Como dissemos, Nossa Senhora pediu a Consagração da Rússia da seguinte maneira, conforme escreveu a Irmã Lúcia:
“É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os Bispos do mundo, a Consagração da Rússia ao Meu Imaculado Coração” (Frère Michel, The Whole Truth About Fatima, vol. II, p. 555).
Não pode haver dúvidas de que as palavras “em união com todos os Bispos do mundo” implicam que o acto deve ser feito por todos ao mesmo tempo. Falta apenas um pormenor, o do tempo: É evidente que teria de ser feito no mesmo dia – digamos, Domingo, 8 de Outubro do ano 2000, o último ano do século.
A expressão “todos os Bispos” deve também ser explicada segundo o Código de Direito Canónico (1983), (…) Os Bispos são os sucessores dos Apóstolos por instituição divina; são constituídos pastores na Igreja, para serem mestres da doutrina, sacerdotes do culto sagrado e ministros de governação (Cân. 375, § 1). Pelo facto da sua consagração episcopal, os Bispos recebem também, com a função de santificar, as funções de ensinar e de governar… (Cân. 375, § 2). Os Bispos chamam-se diocesanos quando lhes foi entregue o cuidado de uma diocese; todos os outros chamam-se titulares (Cân. 376).
O Cânone 375, no segundo parágrafo, não é muito claro com respeito ao poder de “governar,” recebido “pelo facto da sua consagração episcopal.” Isto é impossível.
Segundo o Cân. 382, § 1, um Bispo “não pode exercer o cargo que lhe foi confiado sem primeiro tomar posse canônica da diocese.” Os Bispos titulares, cuja “diocese” é geralmente um monte de ruínas no deserto, ou coisa semelhante, “pelo fato da sua consagração” não exercem a “função de governo”, segundo o Cânone 967, § 1, com a exceção de poderem ouvir a Confissão universalmente, faculdade esta que pode ser limitada segundo o mesmo Cânone. Qualquer Vigário Geral tem mais jurisdição em virtude da lei do que um Bispo titular (cf. cc. 475ff.).
Como acontece com tantos non sequitur no Novo Código de Direito Canônico, temos de consultar o Código de 1917:
Segundo o Cân. 329, o Bispo governa uma Igreja particular (ecclesia pecularia), enquanto que o Cân. 348 nega jurisdição ao Bispo titular. Os outros Cânones relevantes (cc. 329; 350-355; 948ff.) também não mencionam quaisquer poderes de governação.
Então os Bispo titulares não serão autênticos Bispos? No sentido sacramental, são certamente Bispos; mas, quando à sua jurisdição, não são Bispos no sentido linguístico estrito: “o Bispo da sua diocese.” São apenas auxiliares na jurisdição do Bispo da diocese.
O pedido de união com TODOS os Bispos não parece ser muito claro:
A Irmã Lúcia apresentou as condições que era necessário cumprir para fazer de forma válida a Consagração da Rússia segundo Nossa Senhora pediu em Tuy:
A Rússia deve ser claramente indicada como objeto da consagração;
Cada Bispo deve fazer uma cerimônia pública e solene na sua catedral. (cf. The Fatima Crusader Nº 63).
O que quer isto dizer? Só um Bispo diocesano possui uma catedral. Por conseguinte, considero possível que se cumpriria o pedido se apenas os Bispos diocesanos, e só eles, se unissem à consagração. Mas nesta época de concelebrações, talvez fosse conveniente, so o ponto de vista teológico, que os Bispos auxiliares se juntassem aos seus Ordinários diocesanos para que o colégio episcopal consagrasse a Rússia na sua plenitude.
Resta outra pergunta. Como é que o Papa poderia levar os Bispos a fazer esta consagração? A pergunta pode ser difícil de responder na vida política, mas sob o ponto de vista da fé e dos costumes é bem simples.
O Papa detém a primazia, não só em assuntos de fé e de moral, mas também da disciplina e governo da Igreja (DS 3060, Cân. 331). Segundo o Cân. 333, § 1, (1983) este poder estende-se “sobre todas as Igrejas particulares e agrupamentos de Igrejas”, e ele tem o “direito, segundo as necessidades da Igreja, de determinar o modo de exercer esta função, tanto pessoal como colegial” (Cân. 333, § 2). Não há apelo nem recurso contra uma decisão ou decreto do Pontífice Romano” (Cân. 333, § 3). Todos os Bispos, mesmo os diocesanos, estão sujeitos a esta autoridade, se reservada (cf. Cân. 381). “A Igreja tem o direito inato e correto de coagir os membros dos fiéis cristãos, por via de sanções penais ” (Cân. 1311). O legislador supremo e juiz da Igreja pode dar ordens aos Bispos por um decreto, sob pena de se aplicar a sanção automática “contra certos delitos particularmente traiçoeiros que podem resultar num escândalo mais sério ou não podem ser castigados devidamente por meio de sanções aplicadas” (Cân. 1318). Se um Bispo ignora culpavelmente (Cân. 1321) “preceitos legítimos… da Sé Apostólica” (Cân. 1371) E ameaça, a “penalidade justa” (Cân. 1371) pode ser ainda mais severa (Cân. 1326).
Falando claro: O Papa pode e deve ordenar os Bispos a que se unam a ele na consagração, sob pena de uma sanção justa, como, por exemplo, a suspensão do seu cargo se o não quiserem fazer. Só assim se cumpriria o pedido de Nossa Senhora: a Irmã Lúcia mencionou que “muitos Bispos não deram importância a este ato” (cf. The Fatima Crusader Nº 64).
Mas DARÃO importância a este ato sob a ameaça de perderem a sua posição, o bispado, honras, vencimento e confortos, se não estiverem interessados no destino das suas almas. Só assim é que TODOS os Bispos ser uniriam à consagração, como os que não cessaram de ser Bispos. (Isto é mais uma indicação de que, provavelmente, as palavras de Nossa Senhora se referem apenas aos Ordinários locais, porque podem perder os seus cargos, mas nunca a sua consagração).
Portanto:
O Papa deve ordenar e requerer a cada Bispo em união com ele que consagre pública e solenemente a Rússia (e só a Rússia) pelo nome ao Imaculado Coração de Maria, na sua catedral respectiva, no mesmo dia marcado e à mesma hora marcada, e que se faça esta consagração sob pena de suspensão imediata e automática (Latae Sententiae) se a execução desta ordem e pedido for deficiente.
Quando recordo que o Padre Gruner foi ameaçado de excomunhão por pregar a mensagem de Nossa Senhora e por afirmar os seus direitos canonicamente garantidos, creio que a penalidade de suspensão, acima indicada, até é demasiado branda, mas poderá servir para o efeito prático.
4. OS PEDIDOS DE NOSSA SENHORA FORAM ATENDIDOS?
A resposta é definitivamente negativa. De entre as centenas de citações em números anteriores de The Fatima Crusader que respondem a esta pergunta, bastará recordar três:
O Padre Gruner disse:
“O Papa consagrou o mundo várias vezes. Fê-lo em 7 de Junho de 1981. Tornou depois a fazê-lo com muito mais cerimônia… perante um milhão de pessoas em 13 de Maio de 1982. E novamente em 25 de Março de 1984. Consagrou o mundo todas estas vezes, mas nunca consagrou a Rússia da maneira pedida por Nossa Senhora de Fátima”. (cf. The Fatima Crusader Nº 64).
Na mesma entrevista, o Padre Gruner disse:
“…depois de consagrar o mundo em 25 de Março de 1984, o Papa João Paulo II reconheceu, perante cerca de 250.000 pessoas na Praça de S. Pedro, que não tinha feito o que Nossa Senhora de Fátima pedira. Disse: ‘Iluminai especialmente os países de que esperais a nossa consagração e entrega.’ E disse isso depois de ter feito a consagração do mundo. Portanto, sabe que não cumpriu o que Nossa Senhora de Fátima pediu”. (cf. The Fatima Crusader Nº 64).
Citando a Irmã Lúcia, o Padre Paul Kramer disse:
“Eis o que a Irmã Lúcia realmente disse depois da consagração do mundo de 25 de Março de 1984. Em 20 de Julho de 1987, a Irmã Lúcia declarou a Enrique Romero,. numa entrevista depois publicada, que a Consagração da Rússia pedida por Nossa Senhora de Fátima ainda não fora feita. Numa entrevista publicada no número de Setembro de 1985 do Sol de Fátima, perguntaram à Irmã Lúcia se o Papa tinha cumprido o pedido feito por Nossa Senhora em Tuy quando consagrou o mundo em 25 de Março de 1984. A Irmã Lúcia respondeu: ‘Não houve a participação de todos os Bispos, e não houve uma menção da Rússia.’ O entrevistador perguntou então: ‘Portanto, a consagração não foi feita como Nossa Senhora pediu?’ A Irmã Lúcia respondeu: ‘Não. Muitos Bispos não deram importância a este ato’”. (cf. The Fatima Crusader Nº 64).
Isto responde amplamente à pergunta e, infelizmente, com a negativa.
Já foi levantada a questão de se seria heresia dizer que as pequenas alterações que ocorreram desde 1989 se poderiam ver como uma vitória de Nossa Senhora. Eu respondo: não é heresia, é simplesmente uma fantasia, uma coisa disparatada, ou o nome que se lhe quiser dar. Teologicamente não pode ser heresia, visto não se tratar de matéria de fé.
Política e historicamente, é evidente que é absurdo. Filosoficamente é um disparate, e o senso comum condenará este erro como uma loucura. É por demais óbvio que todas as promessas para uma eventual consagração ainda não se cumpriram. O Padre Paul Kramer escreveu 12 artigos sobre este tema (cf. The Fatima Crusader Nº 64), pelo que não é preciso acrescentar mais.
5. COMO INTERPRETAR O 8 DE OUTUBRO:
Há várias possibilidades:
O Papa não faz menção específica da Rússia, como Nossa Senhora pediu: Neste caso, falta mais uma vez uma das condições principais e a Consagração NÃO foi feita;
O Papa menciona a Rússia, mas não em união com os Bispos: Neste caso, não foi respeitada outra das condições principais e a Consagração NÃO foi feita;
O Papa menciona a Rússia, mas não em união com todos os Bispos diocesanos: Neste caso, como é condição principal que todos os Bispos se lhe unam, a Consagração NÃO foi feita;
O Papa menciona a Rússia, em união com todos os Bispos diocesanos, sob pena de suspensão dos seus cargos, mas vários Bispos auxiliares recusam: Não vejo como isto possa invalidar a Consagração, e considero-a como FEITA;
O Papa menciona a Rússia em união com todos os Bispos, mesmo se tal se conseguir apenas sob coação: considero-a FEITA, porque fizeram um ato público, embora fosse apenas sob coação.
O Papa menciona a Rússia e todos os Bispos se lhe unem de todo o coração: …bem, sonhar não custa …
6. CONCLUSÃO:
Hoje é a festa do Arcanjo S. Miguel, e não sei o que acontecerá em 8 de Outubro, mas tenho um forte pressentimento. Não me critiquem por me ter tornado um pouco pessimista, à luz das últimas décadas da história da Igreja: creio firmemente que os pedidos de Nossa Senhora de Fátima NÃO serão atendidos em 8 de Outubro. Fico a rezar para que, na altura em que lerem este artigo, me tenha enganado, e celebraria de boa vontade um TE DEUM público neste caso, mas nem por um minuto acredito que tal aconteça.
Os fatos esclarecer-nos-ão, mas que havemos de fazer se tiver razão?
Nossa Senhora indica-nos o caminho correto:
PRIMEIRO, e sobretudo (!), não devemos sequer discutir Fátima se – por negligência – ainda não cumprimos os Cinco Primeiros Sábados de Reparação;
SEGUNDO, seria bom cumprir os Cinco Primeiros Sábados mas uma vez: a) para agradar a Nossa Senhora, b) por uma questão de segurança;
TERCEIRO, devemos levar outras pessoas a cumprir os Cinco Primeiros Sábados e ajudá-las em especial na maior das dificuldades: encontrar um sacerdote verdadeiramente Católico para a Confissão e Missa (e/ou Comunhão);
QUARTO, devemos fazer a nossa Oferta diária ao Sagrado Coração e ao Imaculado Coração com intenção de Reparação;
QUINTO, devemos manter-nos muito fiéis ao Santo Rosário, que é a forma de rezar mais importante, tirando a Santa Missa;
SEXTO, devemos pregar esta devoção de forma católica: firme mas nunca incomodando;
SÉTIMO, devemos apoiar de boa vontade e ativamente quem pregar e difundir a mensagem de Nossa Senhora.
Pouco mais podemos fazer, mas cada vez mais pessoas o farão, à medida que nos aproximamos do Triunfo do Imaculado Coração, Que no Dia do Juízo se lembrará de todos quantos O ajudaram.
O PLANO DE NOSSA SENHORA PARA A PAZ:
Um dos temas principais da Mensagem de Fátima é o estabelecimento da paz em todo o mundo. A Mãe de Deus apresentou ao mundo em Fátima as condições necessárias para a paz. São elas a prática generalizada da devoção dos Primeiros Sábados de Reparação ao Imaculado Coração de Maria, e a Consagração da Rússia ao Imaculado Coração pelo Papa em união com todos os Bispos católicos. Nossa Senhora disse em Fátima aos três pastorinhos: “Se atenderem a Meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados; o Santo Padre terá muito que sofrer; várias nações serão aniquiladas.” A Irmã Lúcia sobre o castigo Em 1946, o Professor William Thomas Walsh perguntou à Irmã Lúcia, última sobrevivente dos videntes de Fátima, a respeito da difusão dos erros da Rússia: “Quer isto dizer, na sua opinião, que todos os países, sem exceção, serão vencidos pelo Comunismo?” “Sim,” respondeu a Irmã Lúcia.1 (Cf. “A declaração da Irmã Lúcia ao Professor Walsh”.) “Quer dizer, os Estados Unidos da América também?” perguntou o Professor Walsh. E a Irmã Lúcia respondeu: “Sim.”2 (Cf. “Depoimento do Padre Manuel Rocha, tradutor do Professor Walsh”.) Em 1957 a Irmã Lúcia disse ao Padre Agustín Fuentes: Muitas vezes a Santíssima Virgem disse aos meus primos Francisco e Jacinta, assim como a mim, que muitas nações desaparecerão da face da terra. Disse que a Rússia será o instrumento do castigo escolhido pelo Céu para punir todo o mundo, se não conseguirmos antes a conversão daquela pobre nação. …3 (Cf. “Testemunhos publicados: O Padre Fuentes (1957)”.) É evidente que, ou a Rússia é consagrada a tempo, como Deus e a Santíssima Virgem pediram, e haverá paz; ou então veremos que se cumprirão todos os terríveis castigos que Nossa Senhora nos disse que iriam acontecer: guerra, fome, perseguição da Igreja e do Santo Padre, a aniquilação de várias nações e a sujeição das nações que não forem aniquiladas. Só a conversão da Rússia pode fazer terminar os castigos que já nos atormentam e impedir os que nos aguardam no futuro. A Irmã Lúcia avisou que a Rússia seria usada por Deus para punir o mundo inteiro, “se não conseguirmos antes a conversão daquela pobre nação.” Precisamos da conversão da Rússia, mas Deus determinou que esta conversão só acontecerá através de um único meio: a Consagração solene da Rússia ao Imaculado Coração de Maria. O fim dos castigos e a paz do mundo dependem, pois, deste ato.
FONTES:
http://archive.fatima.org/port/consecrussia/annihilation.pdf
http://archive.fatima.org/port/apostolate/p12quest.asp
http://archive.fatima.org/port/consecrussia/lf173p.pdf
http://archive.fatima.org/port/consecrussia/pfrhess.asp
http://archive.fatima.org/port/consecrussia/peacedepends.pdf