
Em 1898, o Padre Andrey Sheptytsky foi nomeado bispo de Stanislav. No verdadeiro espírito ecumênico, o Metropolita introduziu uma série de reformas na Igreja Greco-Católica Ucraniana, destinadas a revitalizar o espírito do Cristianismo Oriental. Em 1906, criou um mosteiro Estudita, chefiado pelo irmão do Metropolita, Clement Sheptytsky, e em 1913 criou o ramo oriental dos Padres Redentoristas e conventos para Estuditas e Portadores de Mirra. No período entre guerras, o Metropolita Sheptytsky condenou abertamente a política religiosa do governo polaco em relação aos (t)ortodoxos por meio de cartas abertas. Em 1907, o Metropolita Sheptytsky teve uma audiência com São Pio X, onde explicou seu plano para ordenar sacerdotes de rito oriental para a Rússia. O Santo Padre aprovou de bom grado o projeto. Logo depois, viajou incógnito para a Rússia e encontrou-se com vários bispos ortodoxos conhecidos por serem favoráveis à reunião. Aqui ele foi caluniado e acusado de atividades políticas prejudiciais à Rússia. Assim acusado falsamente, ele foi preso e passou três anos na prisão. Em 1917, ano da queda do governo czarista, ele viajou para São Petersburgo, convocou um sínodo do clero católico russo, apresentando provas oficiais de jurisdição que lhe foram dadas por Roma sobre toda a Rússia, e divulgou as nomeações que havia feito antes de sua prisão. Sua nomeação para a Rússia foi o padre Leonid Feodorov, bem como dois outros exarcas para a grande Ucrânia e a Bielo-Rússia. O Metropolita André partiu então para Roma para prestar ao Papa Bento XV um relato de tudo o que tinha acontecido, incluindo as suas nomeações clericais e a sua prisão. Mais uma vez, ele enfatizou a necessidade de criar seções de rito oriental dentro das ordens religiosas do Ocidente. Vem-nos à mente o Padre Walter Ciezek, jesuíta de rito oriental, que escreveu “Com Deus na Rússia”.
Os ataques aumentaram após o seu regresso da prisão russa, e ele foi colocado em prisão domiciliar durante a guerra polaco-ucraniana e proibido de entrar na sua catedral. Muitos tentaram desacreditá-lo aos olhos de Roma e tirá-lo da Sé Metropolitana de Lviv. Em 1920, foi novamente a Roma como convidado da Cúria Geral dos Padres Redentoristas. Alguns dos redentoristas mudaram do rito latino para o rito oriental para ajudar no Canadá, onde havia muitos assentamentos de refugiados ucranianos. O Papa Bento XV, ao ouvir sobre os relatórios caluniosos feitos contra o Metropolita Sheptytsky, imediatamente limpou o seu nome.
A Guerra Polaco-Ucraniana (1918-1919) lamentavelmente ocorreu após a destruição da única monarquia católica na Primeira Grande Guerra Mundial, ou seja, estou falando do Império Austro-Húngaro, que a Casa de Habsburgo permitiu o desenvolvimento das comunidades polacas e ucranianas dentro do seu território. O conflito ocorreu especialmente por conta de que ambos queriam a região da Galícia, onde a composição étnica era subjacente ao conflito entre os poloneses e ucranianos. A província austríaca consistia em um território conquistado em 1772, durante a Primeira das Partições da Polônia. Esta terra, que abrangia territórios de importância histórica para a Polônia, incluindo a antiga capital Cracóvia, era habitada por uma maioria polaca. Entretanto, a parte oriental da Galícia, que incluía o coração do território histórico de Volínia, tinha uma maioria ucraniana. Esse último era composto por aproximadamente 65% de população ucraniana e 22% de população polonesa. E, das 44 divisões administrativas austríacas da Galícia oriental, Lviv era a única em que os poloneses constituíam a maioria da população. A cidade era considerada uma das capitais culturais da Polônia e, para muitos polacos, incluindo os da população de Lviv, era impensável que a sua cidade não deveria estar sob controle polonês.
Entre os dias 29 e 31 de agosto, escreveu ao Papa Pio XII uma carta que falava que 200 mil judeus haviam sido massacrados na Ucrânia durante a ocupação nazista, chamando o massacre de algo “completamente diabólico”: “Este sistema de mentiras, engano, injustiça, roubo, distorção de todas as ideias de civilização e ordem; este sistema de egoísmo, exagerado ao limite absurdo do total nacional-chauvinismo insano, ódio a tudo o que é belo e bom, este sistema constitui algo tão fenomenal que a primeira reação ao ver este monstro é de surpresa muda. Aonde este sistema levará o infeliz povo alemão? Isto pode nada mais ser do que a degeneração da humanidade, o que ainda não ocorreu na história”.
Em 21 de novembro de 1942, o Padre Andrey Sheptytsky escreveu novamente a Pio XII uma carta pastoral, com o título “não matarás”, para protestar contra as atrocidades nazistas.
E chegou a salvar, juntamente com o seu irmão também padre (Clement Sheptytsky), mais de 100 judeus – na imensa maioria crianças – durante a perseguição nazista!
Nota ¹: Segundo o historiador alemão Michael Feldkamp, que investigou os arquivos do Vaticano, Pio XII salvou pessoalmente “pelo menos 15 mil judeus”.
Nota ²: Pedro Schwartz, filho de Juan Schwartz Díaz-Flores que serviu como embaixador espanhol na Áustria, afirmou: “Sempre me surpreendi com a ajuda que Franco deu aos judeus perseguidos pelos nazistas. Ele sempre condenava a conspiração judaico-maçônica que, ele estava convencido, colocava em risco a própria existência da Espanha. Entretanto, já durante a Guerra Civil, Franco e seus ministros instruíram os representantes consulares espanhóis a proteger os sefarditas nos territórios sob controle alemão da discriminação e expropriação. Após a queda da França em 1940, o falangista Serrano Suñer concedeu vistos a vários judeus asquenazes, que assim salvaram suas vidas; e aqueles que conseguiram cruzar a fronteira receberam passagem segura para poderem ir para Portugal e América. Quando Hitler, a partir de 1943, implementou a solução final, a emissão de passaportes espanhóis para judeus de língua espanhola nos consulados da Europa ocupada tornou-se sistemática. Como resultado dessa política humanitária, as vidas de 46.000 a 63.000 judeus, ou talvez mais, foram salvas. Quem decidiu que os sefarditas eram espanhóis? Como a falta de simpatia pelos judeus na Espanha oficial naquela época se encaixava em uma política tão contrária à do amigo alemão?”
A Bula “Sicut Judaeis” do Papa Calixto II (1065/1119-1124) de 1120, emitiu disposições de proteção aos judeus, por conta das perseguições na Primeira Cruzada (1096-1099). O pontífice ordenou, sob pena de excomunhão, que fossem proibidas as conversões forçadas aos judeus, que não fossem despojados os seus bens e propriedades, que não fosse praticada qualquer violência contra eles e que não fossem perturbados durante as suas celebrações nas sinagogas ou cemitérios. A bula também garantia irrevogavelmente o “devido processo” aos judeus. Por outro lado, os judeus foram proibidos de construir novas sinagogas ou ampliar as já existentes; caso contrariassem, poderiam perder os bens e sofrer pena capital.
São Bernardo de Claraval, que também é Doutor da Igreja, e que pregou em 1146 ao povo e ao clero para que lutassem na Segunda Cruzada (1147-1149), escrevendo isto ao clero e ao povo do leste da França:
“Os judeus não devem ser perseguidos, não devem ser massacrados e nem sequer devem ser expulsos. Examine os escritos divinos a respeito deles. Lemos no Salmo um novo tipo de profecia a respeito dos judeus: Deus me mostrou, diz a Igreja, sobre o assunto dos meus inimigos, para não matá-los, caso algum dia se esqueçam do meu povo. Vivos, porém, são para nós lembranças eminentes do sofrimento do Senhor. Por isso estão espalhados por todas as terras para que possam ser testemunhas da nossa redenção enquanto pagam as justas penas por tão grande crime” (epístola 363). E ele escreve isto a Henry, Arcebispo de Mainz: “A Igreja não triunfa todos os dias mais plenamente sobre os judeus ao condená-los ou convertê-los do que se de uma vez por todas ela os destruísse com o fio da espada: Certamente não é em vão que a Igreja estabeleceu a oração universal que é oferecida pelos judeus infiéis desde o nascer até o pôr-do-sol, para que o Senhor Deus possa remover o véu de seus corações, para que eles possam ser resgatados de suas trevas para a luz da Verdade. Pois, a menos que esperasse que aqueles que não acreditam, acreditassem, seria obviamente fútil e vazio orar por eles.” (epístola 365).
A Bula “Si Vera Sunt” do Papa Gregório IX (1170/1227-1241) de 1239, decretou a apreensão e inspeção de livros e escritos judaicos, especialmente o Talmude. Pois havia denúncias de blasfêmias contra Nosso Senhor Jesus Cristo e a Sempre Virgem Maria.
No dia 17 de junho de 1242, seguindo as ordens do Papa Gregório IX, o Rei São Luís da França (1215/1226-1270) apreendeu todas as cópias – em torno de 10 mil exemplares – conhecidas do Talmude em Paris, levou-as em 24 carroças e queimou-as na Place de Grève. Se São Luís Rei da França estivesse errado, não teria sido canonizado!
A Bula “Impia Gens” do Papa Inocêncio IV (1195/1243-1254) de 1244, ordenou a São Luís (IX) Rei da França, que o Talmude fosse queimado. O livro de tradições judaicas blasfemas contra Nosso Senhor e Nossa Senhora.
A Bula “Impia Judaeorum Perfidia” do Papa Inocêncio IV (1195/1243-1254) de 1244, ordenou a São Luís (IX) Rei da França que confiscasse e queimasse os exemplares do Talmude, o livro de tradições judaicas blasfemas contra Nosso Senhor e Nossa Senhora, com o qual os judeus estavam doutrinando seus filhos, mantendo-os afastados dos ensinamentos da Torá, cujo conhecimento poderia levá-los à conversão.
GÁLATAS 4, 21 “Dizei-me: vós, que quereis estar debaixo da lei, não entendeis a lei? 22. Com efeito, está escrito que Abraão teve dois filhos: um da escrava e outro da (mulher) livre. 23. Mas o da escrava nasceu segundo a carne, e o da livre, (nasceu) em virtude da promessa; 24. tais coisas foram ditas por alegoria, porque estas duas mulheres são as duas alianças. Uma, a do monte Sinai, que gera para a escravidão; esta é (figurada em) Agar, 25. porque o Sinai é um monte da Arábia, o qual corresponde à Jerusalém atual (isto é, a Sinagoga) a qual é escrava com seus filhos. 26. Mas aquela Jerusalém, que é de cima, (isto é, a Igreja de Jesus figurada em Sara) é livre e é nossa mãe. 27. Porque está escrito: Alegra-te, ó estéril, que não dás à luz, exulta e clama de alegria, tu que não estás de parto; porque são muitos mais os filhos da abandonada (como estéril), que daquela que tem marido (Is. 54,1). 28. E vós, irmãos, sois filhos da promessa como Isaac. 29. Mas, assim como então aquele que tinha nascido segundo a carne perseguia o nascido segundo o espírito, assim (acontece) também agora. 30. Mas que diz a Escritura? Lança fora a escrava e o seu filho, porque o filho da escrava não será herdeiro com o filho da livre (Gen. 21,10). 31. Por isso, irmãos, não somos filhos da escrava, mas da livre.”
ROMANOS 11, 11 “Digo, pois: porventura tropeçaram eles de maneira a caírem (para sempre)? Não, certamente. Mas, pelo seu delito, veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação. 12. Ora, se o seu delito foi a riqueza do mundo, e a sua decadência a riqueza dos gentios, quanto mais a sua conversão em massa? 13. A vós, pois, ó gentios (convertidos ao cristianismo): enquanto Apóstolo das gentes, honrarei o meu ministério, 14. para ver se, dalgum modo, provoco à emulação (os do) do meu sangue e salvo alguns deles. 15. Porque, se a perda deles foi (ocasião da) reconciliação do mundo, que será a sua reintegração senão uma ressurreição dentre os mortos? 16. Se as primícias são santas, também o é a massa; se é santa a raiz, também o são os ramos. 17. Se algum dos ramos foram quebrados, e tu, sendo um zambujeiro, foste enxertado em seu lugar, e foste (em seu lugar) participante da seiva da raiz da oliveira, 18. não te vanglories contra os ramos. Se te vanglorias, (fica sabendo que) não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. 19. Dirás talvez: “Os ramos foram cortados, para que eu fosse enxertado.” 20. Isso é verdade: por causa da sua incredulidade foram cortados. E tu estás firme pela fé; não te ensoberbeças (por isso), mas teme. 21. Porque, se Deus não perdoou aos ramos naturais, não perdoará também a ti (que és ramo enxertado). 22. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus; a severidade para com aqueles que caíram e a bondade de Deus para contigo, se permaneceres na bondade; doutra maneira também serás cortado. 23. E eles também, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados, pois Deus é poderoso para os enxertar de novo. 24. Em verdade, se foste cortado do zambujeiro natural, e, contra a tua natureza, foste enxertado em boa oliveira, quanto mais aqueles que são da mesma natureza, serão enxertados na sua própria oliveira? 25. Não quero. Irmãos, que ignoreis este mistério, para que não vos vanglorieis da vossa sabedoria, (isto é) que uma parte de Israel caiu na cegueira até que tenha entrado (na Igreja) a plenitude dos gentios. 26. E assim todo o Israel se salvará, como está escrito: Virá de Sião o libertador e afastará de Jacob a impiedade. 27. Terão de mim esta aliança, quando eu tirar os seus pecados (Is. 59,20-21; 27,9). 28. É verdade que, quanto ao Evangelho, eles agora são inimigos (de Deus) por causa de vós; mas, quanto à escolha divina, eles são muito queridos por causa de seus pais. 29. Com efeito, os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento. 30. Assim como também vós outrora desobedecestes a Deus e agora alcançastes misericórdia pela desobediência deles, 31. assim também eles agora não obedecem, a fim de que, pela misericórdia que vos foi feita, alcancem também eles misericórdia (excitados por uma santa inveja de vós). 32. Efetivamente, Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar com todos de misericórdia.”